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Vício em risco financeiro
Quase não se fala sobre isso, mas virou uma epidemia. O acesso facilitado às operações especulativas na Bolsa de Valores, conhecidas como trading e a regularização das apostas esportivas, conhecidas como bets, abriram as portas para comportamentos compulsivos na área financeira.
Começamos com um misto de curiosidade e disposição ao risco, mas viramos presas fáceis de um sistema ardiloso preparado para nos levar à ruína. A alavancagem permitida, a falta de critérios mínimos obrigatórios de gerenciamento de risco, a gamificação das plataformas despertam mecanismos de gatilho e recompensa comuns na formação de vícios. E ninguém é imune a isso.
A alavancagem
Quando as regras do jogo estão escritas em letras pequenas já deveríamos desconfiar. Mas a propaganda vem forte, com sorrisos e sonhos.
Quem vai ler o rodapé?
A maioria das pessoas que iniciam a jornada em ativos de alto risco financeiro não estão completamente cientes do tanto que podem perder.
E nessas horas os bônus, as mensagens de incentivo, as ofertas de taxas zero, upgrade de acesso, grupos vip... todos eles se calam. Um silêncio inacreditável.
Um crime, que pode ser cometido, pois está lá bem explicado, em cinza, no fim da página.
Culpa de quem não leu.
Investimento ou jogo?
Tanto no trading como nas bets, existe uma ilusão de estratégia. Ela existe até certo ponto? Sim. Mas a partir do momento que os indicadores não são confiáveis, como mantê-la?
A mídia vende a profissão de trader com um quê de intelectualidade, mas operar vendo estrelas cadentes, martelos invertidos e suas variáveis só funciona no vídeo do influencer que quer te vender um curso.
As cores, sons e o formato customizável, o acesso na palma da mão despertam euforia e ativam vieses psicológicos que não temos noção de como enfrentar.
Se olhar de perto, nossas atitudes são idênticas às de um jogador na casa de apostas.
A verdade é que é uma arapuca difícil de sair, pois segue aliada ao mantra: "é normal perder, você está aprendendo, não desista".
Então, o que fazer?
Só existe um caminho possível e é para poucos.
Pessoas profundamente disciplinadas têm uma chance de aumentar o capital, seja com trading ou bets.
Um plano de risco-retorno combinado com uma tabela de assertividade, gerenciamento de risco e controle emocional podem ser eficazes num ambiente imprevisível.
Mas para aqueles que não conseguem cumprir nem a meta de ingestão diária de água, o melhor caminho é cair fora o quanto antes.
Vivi na pele esse drama e o resultado foi um livro chamado: "Daytrade: do sonho ao vício", recomendo a leitura inclusive aos familiares. É um assunto sério e só quem passou por isso consegue acender uma luz àqueles que ainda estão na escuridão.
Se você tem interesse em aprender mais sobre esse tema, conheça também as nossas oficinas de transformação pessoal.
Tem muito conteúdo bom lá para te fortalecer nessa jornada de autoconhecimento e libertação, competências fundamentais para uma vida repleta de bem-estar e autorrealização.