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Como encontrar sentido na vida?
Um convite à reflexão.
Se perguntarmos ao Criador:
"Existe um sentido para a minha vida ou apenas devo sobreviver, cumprir as leis e pronto?",
creio que Ele devolveria a pergunta:
"Quem é você?"
Se a formiga fosse a autora da ousada pergunta, a resposta seria uma.
Se fosse uma leoa, seria outra.
O sentido da vida depende de quem somos.
São questionamentos conectados.
Por isso, vamos iniciar nossa reflexão abordando 3 aspectos fundamentais da identidade humana:
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Personalidade
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Senso de Propósito
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Pertencimento
Personalidade
É um conjunto complexo de características psicológicas que influenciam nossa maneira de pensar, sentir e se comportar.
Compreende fatores genéticos e ambientais, constantes e adaptáveis.
É dinâmica, moldada por experiências e interações sociais.
Senso de propósito
É uma construção mental que te faz perceber suas ações como contribuições para um objetivo maior.
Pode se manifestar em diferentes áreas da vida, como carreira, relacionamentos, criatividade e serviço.
Pertencimento
É o sentimento de conexão e ligação a um grupo, uma comunidade, uma ideia ou um lugar.
Envolve as dimensões: social, cultural, nacional e espiritual. Proporciona um senso de segurança e apoio.
1. Personalidade
Ninguém passa ileso pela vida. Levamos cicatrizes, aprendizados, histórias, dores, sorrisos, traumas... Isso influencia quem nós somos.
A ciência atual já comprovou que nossa personalidade é moldada por nossas vivências e, também, por nossa vontade. Sim, podemos alterar um traço que temos, acentuando-o ou não. Podemos ser mais extrovertidos e menos negativos, mais amáveis e mais diligentes com nossas tarefas.
Somos um ser com uma personalidade dinâmica. E isso é fantástico, pois nos permite evoluir para ser a pessoa que desejamos, se nos empenharmos da forma correta para isso.
Um passo importante nesse processo é o mapeamento de personalidade. A Teoria dos BigFive é amplamente aceita e propõe 5 grandes dimensões principais, nos quais se avalia o nível de intensidade, numa escala de polos opostos. De forma resumida:
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Abertura à experiência (criatividade) x Tradicionalismo
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Conscienciosidade (responsabilidade) x Despreocupação
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Extroversão (sociabilidade) x Introversão
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Agradabilidade (empatia) x Combatividade
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Estabilidade (capacidade de lidar com o estresse) x Neuroticismo
2. Senso de propósito
O senso de propósito é uma força motivadora, um constructo mental e é capaz de nos engajar profundamente com o trabalho, relacionamentos, serviço social, arte e espiritualidade.
Precisamos cuidar do que ocupa nossos pensamentos, pois eles viram ações. Ações viram hábitos. Hábitos viram o caráter. E o caráter define quem você é.
Ao mesmo tempo, devemos evitar mentalidades disfuncionais, como a ruminação mental, o vitimismo, o elitismo moral e o perfeccionismo.
3. Pertencimento
O ser humano é chamado ao coletivo. Foi assim que sobrevivemos como espécie, mesmo não sendo tão fortes como os búfalos, nem tão rápidos como os leopardos. Somos a espécie mais dominante do planeta. Um dos fatores para isso é nosso comportamento de grupo. Temos a necessidade de pertencer.
Temos uma identidade individual e uma coletiva.
Nosso comportamento pode ser alterado significativamente pelo grupo ao qual pertencemos. A influência social molda nossas opiniões, atitudes e até mesmo as percepções de nossa realidade. Essa dinâmica, por vezes, pode ser tanto positiva quanto negativa.
Apoio mútuo
O pertencimento a um grupo proporciona um sentimento de segurança e pertença, um ambiente para compartilhar experiências e buscar apoio mútuo.
Valores e objetivos compartilhados fortalecem o senso de propósito e motivação.
Voltando à reflexão proposta inicialmente:
"Existe um sentido para a minha vida ou apenas devo sobreviver, cumprir as leis e pronto?"
Vimos que depende de quem você é.
E sua identidade envolve personalidade, senso de propósito e pertencimento, fatores dinâmicos e possíveis de serem transformados.
Portanto, não existe uma resposta pronta.
O sentido da vida é único e personalíssimo, pois é construído a partir de nós.
Concluo com a beleza proposta na crença judaico-cristã, que diz que somos filhos de Deus.
Um ponto de partida excelente para a nossa resposta.
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